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Paranaenses rumam ao exterior
 
23/05/2011
Fonte: Gazeta do povo

Com apenas um ano de empresa, o dono da marca curitibana Le Mont Café Gourmet, Thiago Amhof, decidiu se arriscar no mercado europeu. O processo foi rápido e se deu em meio à crise econômica mundial. Utilizando uma rede de contatos feita após anos de experiência na área de marketing internacional, Amhof se sente gratificado em ver o próprio produto em outro país.

Barreiras alfandegárias e dólar em baixa apresentam um momento ruim para a exportação e internacionalização dos negócios. Porém, assim como fez Amhof, muitos empresários paranaenses têm se arriscado em busca de novos mercados. Só no primeiro trimestre deste ano, as exportações do estado foram de US$ 3,2 bilhões, o que representa um crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado.

A marca Café Brasiliano, criada para o mercado externo, foi consolidada a partir de parcerias com empresas firmadas na Espanha. A estrutura ainda é enxuta, e conta com um escritório em Valência. A matéria-prima é brasileira, mas segundo Amhof, o café é beneficiado em território espanhol. Lá, ele tem representantes que divulgam a marca.

Para a coordenadora do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Janet Castanha Pacheco, apesar do momento difícil para a exportação, o período é importante para que as empresas interessadas iniciem o processo de internacionalização. ”Quando o negócio ficar viável, elas já estarão prontas”, afirma. O primeiro passo para levar o negócio para fora do país é consolidar o produto no mercado interno e torná-lo competitivo. Também é importante buscar apoio de entidades oficiais voltadas ao empreendedorismo e pesquisar bastante.

Participar de feiras e exposições fora do país é uma grande oportunidade de trocar experiências, criar uma rede de contatos e, ainda, conhecer o perfil do público-alvo. Nesses eventos, também é possível estabelecer parcerias com empresas que podem abrir um canal para a expansão dos negócios. Na avaliação de Janet, mais do que exportar ou estabelecer uma sede em outro país, a internacionalização significa ter o produto aceito no mercado interno e pronto para competir com empresas estrangeiras.

Outra importante dica é investir no aprimoramento de técnicas de produção e maquinário. Foi o que fez o empresário Marco Antônio Cravo, proprietário da Fazenda Pilar, em Cornélio Procópio, Norte do Paraná. Ele decidiu mudar o foco da produção e investir no cultivo de cafés especiais. Para isso, Cravo iniciou uma pesquisa de mercado, renovou todo o cafezal, mecanizou a lavoura, se engajou em associações e contou com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A partir daí, estabeleceu contato com empresários espanhóis, que vieram ao Brasil conhecer pessoalmente a produção. “O primeiro contêiner de cafés especiais chegou à Espanha em fevereiro”, comemora.

O processo de internacionalização requer planejamento estratégico, desenvolvido para colher resultados a médio e longo prazo. Depois de conhecer bem o país para onde deseja levar o negócio, o vice-presidente da Fiep, Rommel Barion, diz que os empresários precisam desenvolver um trabalho de inteligência comercial. “É preciso descobrir as barreiras alfandegárias”, exemplifica. Também é necessário adaptar a embalagem ao produto e definir como se dará o envio da mercadoria.

Uma das vantagens da internacionalização, segundo Barion, que também é empresário e trabalha com exportação de chocolates e wafers há 12 anos, é que a expansão do mercado traz uma cultura diferente para dentro da empresa. Porém, na opinião dele, o mercado internacional não deve ser o único foco do empreendedor. “Tem que ter uma meta modesta de trabalho. O mercado internacional é muito instável”, aconselha.

Amhof, da Café Brasiliano, também recomenda cautela. Ele conta que a rápida internacionalização do produto foi resultado de um processo complicado e trabalhoso. “O ideal é trabalhar melhor o planejamento, capitalizar o negócio local e considerar o projeto [de internacionalização] de médio a longo prazo.”

 
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